sábado, 26 de maio de 2012

Desabafo

  1. Sinceramente declaro hoje que o mundo capitalista me deprime. Talvez não o capitalismo, mas a relação das pessoas com ele. Quando era pequenina já observava os primeiros contatos com  a turbulência do capital. Meu pai, que era um pequeno burguês, nunca nos negou nada que fosse  imposível no  meio de troca,  pela moeda da época. Vivíamos uma vida de reis, rainhas e príncipes. Ricos monetariamente, pobres de alegrias, abundância de  boemias, repressões, problemas familiares, entre outras mazelas sociais que nos causavam dor no coração, que o dinheiro não poderia resolver. Deve vir daí minha aversão ao ouro e ao sintoma causado pela abundância material. As pessoas se relacionam como se estivessem em uma vitrine, ás vezes  se sentem como se estivessem em uma exposição. Um exibicionismo ridículo, pouco importa o que você  é, o que sente , o que ama. Se você tiver títulos e  bens você tem tudo na vida. Mas comigo isso é um sofrimento. Simplesmente porque não dá pra entender porque ainda somos escravos do sistema. As pessoas poderiam ser mais simples, mais maduras, mais comunicativas. E o que eu vejo nesse mundo são pessoas se ferindo umas as outras, tanto literalmente, quanto emocionalmente. Usam a língua e as palavras para machucarem até mesmo um ente querido, quando na verdade deveríamos simplesmente amá-los. Estou muito chateada com esse sistema cruel. Dinheiro , dinheiro, dinheiro. Tenho um exemplo. Ontem fui assistir a uma programação, no teatro Dulcina rj,  meio que programa de índio sabem, com a grana curta no final do mês. "Os fora do ar", 19h, tema interessante,  e gratuita. Corri, adiei alguns compromissos, enforcei-me para acompanhar porque amo teatro e artes em geral, estava feliz por acreditar que neste mundo de alguma coisa era ofertada sim e de qualidade. Mas, para minha decepção, a peça não aconteceu. Deram qualquer desculpa para todos e em cima da hora literalmente "fora do ar" a peça não aconteceu. Fiquei decepcionada. Como em uma país tão bonito, você não poder se orgulhar desses momentos. A arte deve ser valorizada sim, mas o compromisso seja ele qual for também com o seu público. Pessoas que realmente não tem criam ilusões achando que  é de graça. O capitalismo oprime e separa as pessoas, as classes sociais. Chega a ser ridículo. Porque não lutamos pelo mesmo bem estar e a mesma educação, a mesma visão de mundo. Já vivi um bocado de anos e não me acostumo com esse tipo de coisa. Cifrões que tem poder,  poder para iludir , comprar conquistar pessoas. Realmente muito cansada dessa história. Acho que valorizo o meu dinheiro para que não tenha que abrir mão do meu descanso, da minha paz, da minha tranquilidade. Quero alegrias. Mas o que vejo seria  capaz de cortar a minha felicidade. Engulo o sistema junto com outros problemas. O dinheiro escraviza, e as pessoas ainda acham que o dominam. Como em uma estante, estão os classificados para recompensa e os derrotados, fora do pódium apenas contemplam os vitoriosos como se o fossem realmente.  Esse é o meu grito, estou gritando chorando por dentro. Sabemos que mesmo que  o dinheiro venha reinar em nosso cotidiano, tenho medo de ser  como todo mundo, luxúria, lamentações, vícios , trapaças, egoísmo. Sinceramente queria fazer algo gigante para doar felicidade trazer alguma evolução benéfica para o país. Mas quem tem quer mais. Nunca é o suficiente para  saciar os caprichos e que se dane o resto do mundo. Meu Deus porque tenho essa sensibilidade. Queria ser mais um, seguir sem enxergar, ver sem sofrer. Estou cansada de sentir coisas na alma, coisas de difíceis soluções. Vamos nos embriagar, mas de que? Cada um escolhe a sua dose, engula cada um a sua maneira. Quero  estar sóbria para fazer escolhas. Não quero a anestesia não mais. Queria me embriagar de felicidade de bons sentimentos, sinceramente mesmo que pareça falsa a minha genuidade não é uma farsa. Mas o meu grito na multidão é verdadeiro. E acho que sofro sozinha. Uma louca, quem mais pensaria dessa maneira? A minha revolta neste texto é original. Pronto desabafei. Como disse este espaço é livre. Este espaço é assim. E você o que acha do capitalismo?

Um comentário:

  1. As pessoas poderiam melhorar a relação com o dinheiro dominando-o não sendo escravas de seus caprichos indomáveis...

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