terça-feira, 31 de julho de 2012

A volta que a vida nos dá

Irônico. Mergulho dentro de mim para buscar emoções de alegria mas hoje  o mar está de ressaca e não consigo lutar contra a maré. As ondas me sabotam.  Volto à praia das emoções, porém o dia está nublado. De repente a gente não tem certeza de nada. Quando sentimos o coração sangrando o gosto amargo do desespero resseca os lábios. Sem força para seguir adiante, paro por um momento, o cérebro girando, nem dá pra refletir. Uma retrospectiva do que fui vem de modo espontâneo impondo um alerta dentro da minha consciência. Estou estagnada, assustada dentro do terror. Problema banal, quase uma tempestade em um copo d' água. A tempestade do coração. Amar é se entregar  sem limites de crédito. Estou em desvantagem. Não tenho muito a oferecer esgotou-se o saldo de possibilidades que o outro merece. Padeço no paraíso da maternidade mesmo sabendo que sou expectadora. Assisto a máxima da providência da vida, espero muito, retorna o mínimo, me desaponto. O mundo revirado e sombrio me aguarda no momento. O velório das expectativas e sonhos malogrados.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pensamentos inconstantes

A vida é sempre balanceada por atitudes e idéias. Ás vezes mais idéias, outras mais atitudes. Estive uma semana mergulhada em minhas fraquezas. a ponto de perceber o quanto sou pirada e normal ao mesmo tempo. Estranho  e delicioso como comer sorvete com fritas. Na minha hospitalização, que foi curta para realizar uma espécie de exame cirúrgico, fiquei analisando o funcionamento das emoções e dores dos seres humanos. Como lidamos e trabalhamos com a doença, a vida e a morte. Raios de luz dentro do meu cérebro me fazia ao mesmo tempo questionar a minha profissão , a minha vida e a história  que vinha escrevendo até aqui nessa encruzilhada de sentimentos. É sempre hora da ação,do questionamento e de balanceamento, afinal de contas  essa ordem vem seguida por uma espécie de equilíbrio. Mas é  em transe que sigo alimentando o meu mundo imaginário e imperfeito como o real, na desordem dos meus dias. É o conflito do amadurecimento dentro da minha própria loucura.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

RESENHA DO LIVRO:"GUIA AFETIVO DA PERIFERIA"-MARCUS VINÍCIUS FAUSTINI

Faustini e a Periferia
O livro “Guia Afetivo da Periferia” é uma narrativa das experiências vividas pelo escritor Marcus Vinícius Faustini na cidade do Rio de Janeiro, publicado pela editora Aeroplano.
Apesar de ser uma autobiografia, a grande personagem é a cidade do Rio de Janeiro, com uma estratégia de apresentação da periferia como um GPS que, entre um deslocamento e outro, ressalta uma realidade social, política e econômica imprescindíveis na formação da personalidade do autor. A obra entende as ruas do Rio como espaço de “encontro e não como medo”, opostamente vivenciado em nosso cotidiano carioca, e sim como sobrevivência necessária à nossa vida.
O autor tem como referência outros escritores como João do Rio, Joaquim Manoel de Macedo, Gilberto Freyre e Fernando Pessoa, que também ressaltam a cidade e seu otimismo social, mostrando a beleza local tendo como base o afeto. Há uma diluição literária nesta obra, que vai da letra de um funk ao clássico russo que, segundo Faustini, fizeram parte de sua vida.
A matéria-prima utilizada pelo autor vai além das palavras. Reminiscências, idiossincrasias, fatos, músicas, sentimento. Há no livro uma relação entre a emoção e o Rio o tempo todo. As experiências vividas na periferia têm como base afetiva suas relações pessoais, entre outras questôes: política, educação, religião, família, paixão, primeiro beijo. Tudo é apresentado no “Guia Afetivo” de uma forma original. Para inovar, poderíamos chamá-lo de “realismo romântico da periferia”.
O escritor atenta para a importância dessa relação sentimental com a cidade. E, sem excesso de realismo, revela, na página 74, logo no primeiro parágrafo, que “na cidade eu busco a ficção”. São 188 páginas que abordam uma diversidade de percepções e de realismo otimista entre Marcus Vinícius Faustini e a cidade do Rio de Janeiro.
                                                                 ( CRIS MACENA)
Guia Afetivo da Periferia
Marcus Vinícius Faustini
Rio de Janeiro: Aeroplano, 2009

O mundo visto de fora

Viagem ao país da guerra. Guerra da sobrevivência. Sobrevivência essa que se apresenta de diversas formas. Ela é  como estudar geometria, complicada, difícil de dominar e entender, as superfíceis apresentadas. Porém é precisa e depois que entedemos o tipo de vida que temos ou queremos sobreviver deve ficar mais fácil. A fé, as forças e as expectativas ´compõe a fórmula para um resultado mais eficaz. É preciso ver o mundo de fora para analisar o trajeto percorrido até aqui na estrada de nossas vidas. Confiar na nossa performance é um como um jogo de sinuca, com vários adversários mas, na verdade é um jogo em que se ganha através de uma visão muito particular. Podemos nesse jogo como no dia a dia contar com a sorte mas o maior adversário no mundo somos nós mesmos. Sabemos o que queremos e o que nos resta para transformar a nossa história em um mundo de nárnia mas o nosso triângulo do medo nos faz ficar na superfície boiando e bem próximos à margem. E acima de tudo temos que lutar para ser o nosso próprio herói buscando essa referência fantástica dentro de nós  mesmos. Boa sorte!

Eu, você e as palavras.

    As palavras estão em todas as partes, tem cores, tamanhos, cheiro e sentimentos. Podem expressar amor ou ódio, ferir ou ajudar, ofender, denunciar ou exaltar. Estão sempre prontas para o uso, escritas ou faladas.
    Cada palavra com o seu efeito e seu brilho. Algumas são muito tímidas e se escondem através de  alguns códigos. Outras são tiranas ou insensatas. Umas ingratas. Acreditem até ignorantes ou inteligentes. Mas cada uma com sua missão.
    Há palavras alegres e tristes. As que mobilizam e as que causam paralisia. Outras são como elixir pois tem impacto benéfico capaz de curar nossa dor,  a angústia da alma.
    As palavras são muito espertas e temos que tomar cuidados com elas. Elas querem dominar a humanidade com suas artimanhas linguísticas e filológicas. É um dever de cada cidadão dominá-las sendo capaz de interpretá-las corretamente, para entender melhor o mundo em que vive, colocando cada uma no seu devido lugar.
                                                       (Cristiane Macena de Souza)